sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Promovendo saúde sobre quatro rodas

por Julia Lang

Projeto do Ministério da Saúde lança consultório itinerante para tratar jovens vítimas das drogas 

 A concepção do Consultório de Rua começou em Salvador e deu certo. Hoje o Governo Federal está implantando nas principais capitais o programa que promove saúde nas principais zonas de risco através de trabalhos lúdicos, conscientização e prevenção de doenças e redução de danos. O principal foco é nos jovens e vítimas de qualquer tipo de droga e a proposta não é atuar com atendimento ambulatorial, mas identificar as carências de cada pessoa atendida e encaminhá-la ao lugar adequado, num trabalho de rede com outras políticas públicas.

O atendimento será feito em uma van decorada pelo grafiteiro Jackson Brum que circulará por pontos estratégicos de Porto Alegre. A decisão de um consultório móvel foi feita para contemplar os princípios do SUS de acesso e universalidade, afirma a assistente social Ana Lúcia Poletto, uma das coordenadoras do projeto. “A nossa proposta é vincular as pessoas que não conseguem chegar aos atendimentos públicos normalmente aos serviços médicos e outros espaços que não a rua,”, conclui.

A equipe montada pelo Grupo Hospitalar Conceição dispõe de uma assistente social, duas técnicas de enfermagem, uma terapeuta ocupacional, uma psicóloga, um educador físico, uma enfermeira e o motorista da van. Os oito profissionais juntos acolherão os jovens em situação de risco e cuidarão da inserção e promoção social, além do programa de saúde integral, que explica Ana Lucia: “É um programa trabalha ação de saúde, prevenção e tratamento terapêutico singular”.

A van ainda não saiu às ruas, mas o trabalho do grupo de atendimento já começou: foi feito uma mapeamento da zona norte da capital e quatro principais pontos foram detectados como críticos no nível de usuários de drogas. Agora, o trabalho é de reconhecimento da área e aproximação com a comunidade e se prevê que dentro de poucos dias o consultório motorizado entrará em ação. Quando isto acontecer, está previsto também a contratação de 3 “redutores de danos”.

Foto: Guilherme Rosito
Ana Lúcia explica que os redutores de danos são peças chaves no trabalho com a comunidade, porque é de lá que eles vem. Apesar de não possuir formação acadêmica, na maioria das vezes trata-se de ex-usuários de drogas, que com a particularidade da experiência e linguagem, auxiliam no acesso aos dependentes. A sua função é basicamente minimizar os danos. “Se uma gestante não consegue e não quer deixar o consumo de drogas, esse profissional a convence de, ao menos fazer o pré-natal. No caso dos usuários de crack, ele os alerta a não compartilhar o cachimbo pra não transmitir uma hepatite. Mesmo que essas pessoas não deixem de se drogas, os riscos são reduzidos” explica Cláudia Sá, técnica de enfermagem e parte da equipe.

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