Nesta sexta-feira, os alunos da disciplina de Jornalismo Online da Famecos, receberam a visita do jornalista Daniel Scola, que concedeu uma entrevista coletiva com duração de pouco mais de uma hora. Natural de Caxias do Sul, Scola é repórter do Grupo RBS, e durante o papo com os estudantes, falou de suas grandes coberturas internacionais, sem esquecer das pautas do dia-a-dia, que segundo ele, "fazem o verdadeiro jornalismo".
Normalmente por trás das câmeras, ele confessou uma certa timidez por encarar tantas câmeras e gravadores. "Não estou acostumado com tantas câmeras, só com uma", revelou com bom humor.
"falta jornalismo de CPF, e sobra jornalismo de CNPJ"
Um dos assuntos recorrentes foi a sua experiência de sete dias no Chile, abalado pelo terremoto que comoveu o mundo. Scola relatou as dificuldades, desde a chegada a Santiago, sem ter onde dormir, até a a rotina cansativa durante aquela semana. Salientou, no entanto, que o maior desafio não foi o cansaço, mas, sim, a exigência de ser um repórter multimídia, num país sem luz. "Repórter multimídia tem que pensar em tudo... e pior de tudo é ter muita informação e não ter comunicação".
Quando questionado sobre as carências do jornalismo brasileiro, o repórter não se importou em usar, o que segundo ele já se trata de um clichê: "falta jornalismo de CPF, e sobra jornalismo de CNPJ", usando como exemplo as atuais coberturas eleitorais, que segundo ele viraram um "circo".
Ao mesmo tempo que critica a falta de "jornalismo de chão", se orgulha da série de reportagens que fez nos presídios da região metropolitana de Porto Alegre, onde revelou ter se deparado com um verdadeiro "escritório do crime". Por estas matérias, Scola ouviu muitas críticas, mas da mesma forma que recebe elogios sem se empolgar, lida muito bem com as críticas. Acusado por alguns espectadores de acobertar criminosos, por lutar por melhores condições carcerárias, ele se defende, afirmando que "quer ver os bandidos cumprindo suas penas, mas não nas condições que encontrou nos presídios em que esteve".
Mas, apesar de decepcionado com a prática chamada por Daniel de "jornalismo de recados", Daniel Scola se diz apaixonado pela profissão, encoraja os alunos a seguirem na carreira. Os 60 minutos de entrevista passaram rápido para quem se diz à vontade com o ambiente acadêmico - Scola fez mestrado no exterior e lecionou durante alguns anos na Unisinos, algo que sente falta, e que espera voltar a fazer.
Dentre as milhares de profissões que existem ao redor do mundo sempre encontramos aquelas que nos causam curiosidade. A falta de conhecimento e a raridade de determinados trabalhos causam tal sentimento. Sapateiros, carpideiras, detetives, comerciantes de do ramo de futebol de botão ou trabalhadores temporários em países da Europa, são um exemplo disso.
Sherlock de Porto Alegre
Os mistérios na vida de Dossena começaram a aparecer no mesmo instante em que eu iniciei o trabalho de busca do entrevistado. Ao ligar para o seu escritório, ele aceitou conceder a entrevista, desde que pessoalmente, e para tanto pediu meu nome completo, telefone e de onde eu vinha.
Chegando ao seu local de trabalho, onde combinamos nos encontrar, uma câmera me filmava diante da porta de sua sala, em um prédio comercial no centro de Porto Alegre, chamando atenção naquele enorme corredor de portas simples. Fui recebida por um elegante senhor, bem aparentado, que ocupava uma sala que não negava a profissão: cinco telefones celulares, três telefones fixos, câmeras filmadoras e fotográficas, binóculo, lupa e as armas antigas que enfeitavam as paredes criavam a sala de um detetive que parecia sair de um filme.
Apenas os amigos conhecem sua verdadeira profissão. Para os demais, prefere dizer que trabalha com “eletrônicos”. Dossena, que não revela o seu primeiro nome, conta que o trabalho de investigação exige paciência. A pressa pode colocar em risco a seriedade do trabalho, e para conseguir o flagrante, devidamente fotografado ou filmado, pode ser preciso muitas tentativas frustradas.
O investigador lembra que os casos mais comuns são referentes a adultérios nos casamentos, mas existem muitos outros motivos que levam pessoas a procurarem seus serviços, como desconfiança que o filho usa drogas, que o sócio está roubando, de que algum familiar corre risco de sequestro, ou às vezes é pura curiosidade, como é o caso da sua cliente mais antiga. Ele não revela o nome, mas conta que a mulher paga por seus serviços há mais de dez anos pra investigar o seu marido, seu amante e eventualmente descobrir detalhes da vida de algum homem que lhe desperte interesse na rua. Apenas com o número da placa os trabalhos de investigação desvendam se o homem em questão é casado, a profissão e os lugares costuma frequentar. Aí fica fácil pra cliente encontrá-lo e começar uma relação "Ela é uma leoa, uma mulher moderna que gosta de aproveitar a vida" afirma Dossena.
O trabalho não é feito sozinho. O detetive de 58 anos conta com uma equipe de dois casais que trabalham como Freelancers, além dos diversos profissionais que trabalham em bancos, empresas telefônicas, polícia, que recebem um cachê para dar aquela ajudinha. O detetive não nega que para descobrir o que o cliente pede vale qualquer artifício: quebra de sigilo bancário, grampo de telefones, invasão em computadores pessoais através de hackers...Não existem vias impossíveis.
Apesar de parecer fácil, a vida de detetive não é para qualquer um. Na parede do escritório estão estampados os inúmeros cursos pelos quais passou Dossena, entre eles de grafoscopia, medicina forense, toxologia das drogas, defesa pessoal e curso de tiro, que o possibilita atualmente andar armado. Ainda assim, o profissional garante que não se sente ameaçado por trabalhar em meio a investigações.
Lamentavelmente, a tão romântica profissão de detetive, inspiradora das mais clássicas obras de literatura, está em decrescente. A grande culpada é a tecnologia. Com a expansão das redes sociais, já não é necessário ajuda profissional para descobrir certos detalhes da vida íntima de algumas pessoas. Além disso, objetos como câmeras escondidas, gravadores e micro-filmadoras podem ser compradas em qualquer lugar, permitindo que os mais valentes se arrisquem em investigações amadoras. E se a profissão está em declínio, assim também estão os preços. Hoje cobra-se menos que antigamente, mas ainda é um serviço que poucos podem se dar ao luxo de contratar. Uma investigação de adultério, considerada simples, que dure cerca de 15 dias pode valer de três a oito mil reais.
Sapateiro há meio século
– Tem troco pra R$50, seu Lauro?
Ele tem. O último sapateiro em atividade em Iraí – RS não deixa ninguém sem amparo. Mesmo que não seja exatamente o seu serviço, Lauro Krüger dá um jeito. Pouco antes da “ajudinha” com o troco, ele havia entregue um cartaz no qual pregou ilhoses para pendurar.
Lauro tem 63 anos, e há 50 dedica-se a calçar os pés dos outros. O homem simpático de fala fácil aprendeu o ofício com o pai quando tinha 13 anos. Naquela época todos faziam seus sapatos no sapateiro. Outros tempos. Quando começou havia cinco sapateiros na pequena cidade de oito mil habitantes. Cada pessoa tinha dois sapatos: um para trabalho e outro para a missa de domingo e o lazer.
– Hoje todo mundo compra calçado de material sintético. – Queixa-se, com razão.
Lá nada é sintético. O cheiro de couro e o rádio ligado dão um ar acolhedor e legítimo a velha sapataria. Mesmo com o predomínio de reparos, Lauro ainda faz muitas botas e chinelos campeiros de forma artesanal. Principalmente as botas gaudérias. Entretanto, quem vê o dedicado sapateiro cortando o couro não imagina o valor que seu ofício tem para certos clientes.
Lauro tem alguns pés grandes para calçar, que não encontram numeração no comércio. A poucos dias fez um sapato tamanho 48. Outros tantos têm uma perna mais curta que a outra, de nascença ou por acidente. Ele corrige o problema colocando um salto em um dos pés do sapato. Os ex-mancos ficam muito agradecidos com a ortopedia rudimentar.
– O Arlindo Schnell passou aqui e disse que não teve mais dor nas costas. A gente ajuda como pode.
Bota feita para Paulo Rippel
E como ajuda. Talvez o trabalho mais estranho do sapateiro seja também o de maior valor para o cliente. É uma bota de cano médio que leva uma estrutura de metal presa à sola e a uma braçadeira de couro pouco acima do cano. Essa estrutura garante que Paulo Rippel (o dono da bota), que sofreu paralisia, consiga firmar o pé.
Lauro não chegou a completar o primário. Partiu da infância para o ofício de família – o avô também era sapateiro. A bola de couro que hoje conserta, é motivo para relembrar da época em que jogava futebol.
– Jogava não, né. A gente trovava. Fazia que jogava.
Ele é também juíz de futebol. Apitava os jogos do Iraí e do Juventude – os times de futebol da cidade. Guarda velhas fotografias dos jogadores numa caixa de sapato, e tem outras tantas presas em murais. Lauro tenta manter a memória viva, mas lamenta a falta de apoio para preservar a história.
Já a sua é a lei que dificulta a preservação. Não é possível ter um jovem aprendiz como ele mesmo foi. A lei do aprendiz não tem o alcance que deveria ter e poucos ainda se interessam pela profissão. Lauro sabe que seu ofício está em extição, e o que reina hoje é a produção em massa das fábricas de calçados. Mas isso não o impede de seguir calçando àqueles que, por necessidade ou por opção, ainda recorrem ao sapateiro.
No vídeo, veja como era feito o chinelo “tacha virada”:
Lágrimas de crocodilo
Fonte: Blog Seu Paulo
A morte por natureza é inesperada. E mesmo que a dor da perda fosse vívida, no século XIX os funerais tinham por objetivo transparecer mais do que sofrimento, era necessário impressionar os parentes a fim de elevar a posição social do morto. Em devoção aos mortos, os egípcios erguiam túmulos imponentes. E, além das pirâmides, foram os pioneiros em contratar as herdeiras de uma arte milenar: as profissionais do choro. As chamadas carpideiras existem há mais de dois mil anos e os primeiros indícios da sua existência são encontrados na Bíblia.
A função que exerciam foi indispensável para tornar o velório num verdadeiro espetáculo. Quanto mais ricos fossem, mais a dor tinha que ser enfatizada. Então muitas mulheres viviam de cantar e chorar em enterros de desconhecidos. As carpideiras lamentavam por meio de reza e muita lágrima. Eram contratadas para que a dor que todos sentiam ficasse ainda mais intensa. Apesar dos registros serem históricos, ainda é possível encontrar essas mulheres nos países europeus e na América do Sul. Elas se dispõem a animar a cerimônia de enterro com seu trabalho. Por aproximadamente 200 reais, elas ainda atuam lacrimejando pelo defunto alheio.
No Brasil, as carpideiras existiram principalmente no Nordeste e em Minas Gerais. Foram trazidas da Europa pelos portugueses. Embora a profissão seja considerada extinta, ainda existem senhoras que se oferecem para chorar em velórios em algumas localidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará. Itamar Rocha da Silva, conhecida como Itha Rocha, vem de uma família especialista em lamúrias. Para ela, chorar é absolutamente natural: “As carpideiras choram de verdade, não interessa se é da família da gente, amigo ou o quê. O que interessa é o gesto de demonstrar laços como se fôssemos parentes do morto”. Moradora de Cidade Tiradentes, em São Paulo, Itha foi chorar “de graça” no velório de Clodovil Hernandes. Chorou em diversos enterros a ponto de torná-la conhecida nacionalmente. Hoje a carpideira conta com uma assessora de imprensa que auxilia nos trabalhos que exerce, porque, além da profissão, paradoxalmente ficou conhecida como “Rainha dos Garis” depois de desfilar nas escolas de samba junto com os garis, em São Paulo.
As carpideiras desde o início contam com flautistas que as acompanham durante as cerimônias fúnebres. O fato de serem choradeiras não quer dizer que são pessoas tristes. Para elas o choro não é um esforço, consiste em abrandar a alma do morto para o outro mundo. “Para nós, a morte é uma passagem. E para que essa passagem seja feita de forma tranqüila, bonita, é necessário alguém chorar”, conta Itha. Mas para a paulista é importante viver bem. A dor da morte é igual, independente de classe social. Ela conta que se precisar desse trabalho estará à disposição, mas reforça o interesse pelo samba. No final do desfile Itha vai usar o salto mais alto de todos, assim como no fim da vida “o importante é encerrar com chave de ouro”. O desafio agora é preparar a sobrinha para a tradição nãose perder. As histórias e a rotinaque envolve o trabalhode Itha ela já sabe, agora com seus 13 anos só falta colocar em prática.
Mimo e seus 11 botões
Para muitos, o futebol de botão não passa de uma brincadeira. Não para a família Romano. Domênico, ou simplesmente “Seu Mimo”, como é conhecido, inaugurou o bazar localizado na rua Fernando Machado, no centro de Porto Alegre em 1980. No início tratava-se de uma loja que vendia ítens variados. Como gostava muito de futebol de mesa, o empresário começou a disponibilizar ítens do esporte no bazar. E, para sua surpresa, os botões se tornaram o “carro-chefe” da loja.
Fachada do bazar do Seu Mimo, no centro de Porto Alegr.
Domênico Marrone Romano, filho do Seu Mimo, segue os passos do pai, e junto com o irmão, Alberto Romano, ajuda no negócio. Aos 31 anos, ele revela que começou desde cedo a se interessar pelo jogo, e por consequência, pelo negocio. Domênico Marrone define os profissionais da área como empresários do ramo esportivo, que souberam aproveitar um nicho de mercado bastante específico. Ele compara a loja com outras de público específico, como as que trabalham com artigos de tênis, golfe, etc. O empresário desconhece outras lojas semelhantes na capital gaúcha, mas lembra de concorrentes em outros estados.
No piso superior, os botonistas alugam mesas para jogar.
Para os Romano, a atividade alia trabalho e lazer, embora revele que a demanda, muitas vezes, impede de praticar o hobbie: "eu gosto bastante, e vejo o pessoal jogando, mas não jogo porque não tenho tempo. No bazar, existe um piso superior onde ha três mesas para aluguel. As mesas são alugadas diariamente, sobretudo, por jogadores filiados a Federação Gaúcha de botonistas – como são chamados os praticantes. Hoje a federação conta com mais de 200 filiados, o que dá aos empresários a confiança de que o negocio tem futuro: "não há como prever, mas estamos tocando o negócio dele, e está indo bem, tem bastante procura, os ítens saem bastante", revela o filho do Seu Mimo.
Ouça a entrevista com o empresário Domênico Marrone Romano
Para muitas pessoas o trabalho é o antônimo da diversão. Na maioria dos estabelecimentos encontramos profissionais frustrados com a rotina e cansados com o relacionamento entre alguns dos colegas. A monotonia é a principal reclamação daqueles que não estão satisfeitos, como explica Gabriel Marques, de 22 anos e estudante de Relações Internacionais: “Quando trabalhava como promotor de vendas eu tinha uma rotina completamente definida, nunca saia daquilo, foi quando pensei em parar com tudo e decidi viajar para fora”.
Muitos jovens que se aventuram a sair do país, em busca de novos desafios, se deparam com muitas dificuldades. A temperatura, o idioma e as diferenças culturais se tornam os maiores inimigos da adaptação dos viajantes. “Quando cheguei em Londres encarei graus abaixo de zero e comidas completamente diferentes, além do sotaque inglês que é muito difícil de entender em um primeiro momento”, afirma Gabriel. Cerca de duas semanas é o tempo necessário para a adaptação total e para encontrar um emprego. Não pense você que será um estagiário de vida fácil ou que conseguirá algo relacionado com sua área de interesse de uma hora para outra. O que os nossos amigos ingleses oferecem são vagas em empresas de limpeza, bares, casas de evento e diversos outras oportunidades não muito atraentes. “Nem mesmo essas vagas destinadas a estrangeiros são fáceis de conseguir, existem muitas pessoas interessadas”, diz Rafael Ribeiro, estudante de Informática.
Rafael morou durante oito meses na Inglaterra e trabalhou em diversos lugares nesse tempo. Empresa de mudança, teatro e pub’s são apenas alguns exemplos pelos quais ele passou. “Alguns dias chegava a dormir apenas 4 horas, folgas eram raras, mas o trabalho e o esforço são muito bem recompensados”, destaca. Essa longa jornada e os dias sem descanso valem muito à pena. A forte economia inglesa e o pagamento, feito por hora, dão ao trabalho um bom rendimento. “O que eu ganhava por semana era o salário de um mês de um trabalhador da mesma área no Brasil, é incomparável”, pontua Gabriel. Lavando pratos e a cozinha inteira de um famoso teatro de Londres, chamado Royal Albert Hall, ele conseguiu visitar nove países durante um ano de estadia, além disso pagava todas as suas despesas com celular, moradia, comida e transporte. Ainda sobrava uma considerável quantia para aproveitar as festas e fazer diversas compras. “Em um curto espaço de tempo consegui realizar muitas vontades, é muito legal ver que com todo seu trabalho você pode fazer aquilo que quiser”, comemora Gabriel.
E se você pensa que as vantagens em se aventurar longe da sua casa se limitam a compras, viagens e satisfação pessoal, se engana. O que é mais destacado pelos jovens que decidem viajar é a experiência que se adquire em conjunto com as novas amizades que são construídas. Aprender a se virar sozinho longe das asas dos pais e em um idioma completamente diferente tornam qualquer pessoa apta a encarar a vida no seu país de origem. “Depois de um tempo as responsabilidades que causavam arrepios no início já são motivo de felicidade, percebi o quanto é importante o planejamento e utilizo tudo aquilo que aprendi nesse tempo fora aqui em casa, inclusive tenho lavado mais louça”, brinca Gabriel. Parece que é unanimidade que as vantagens se sobrepõem ao cansaço e a pesada jornada de trabalho.
O desenfreado surgimento de universidades privadas no país coloca em risco o futuro de dois aspectos inerentes à graduação: o vestibular e a qualidade do Ensino Superior. Pode-se perceber pela queda do modelo tradicional do curso pré-vestibular. As tradicionais aulas-show que antes eram movidas a graças e macetes perderam espaço para aulas mais centradas, exigidas por um novo perfil de alunos que pretende garantir uma vaga realmente concorrida na universidade. As salas de aulas que, nos anos 70 e 80, comportavam 300 alunos diminuíram, e bastante. Para muitos não é valido estudar tanto para entrar numa universidade federal se é possível ingressar em muitas faculdades particulares por preços bem acessíveis. Tem lógica.
A expansão do Ensino Superior começou em 1995, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) distribuiu entre 70% e 80% do orçamento do Ministério da Educação (MEC) que atendia apenas a 22% dos alunos de graduação da rede pública federal. FHC foi o protagonista do período que tinha como objetivo marcar o início de um novo estilo de desenvolvimento. Com os incentivos que a rede privada de ensino recebeu, juntamente com a implantação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 1998, ficou difícil manter o vestibular como o mecanismo de acesso à universidade. A última pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) aponta que hoje são em média 2.260 instituições de ensino superior no Brasil contra as 894 que havia em 1995.
Com isso, fica cada vez mais trabalhoso para os cursinhos captar alunos e mantê-los. Ainda que o MEC tome medidas tardias na tentativa de frear a proliferação de universidade de baixa qualidade, os pré-vestibulares terão que readequar o modelo de mercado. Pois, mesmo que sejam homologadas novas regras, instituídas pelo Conselho Nacional de Educação, para o credenciamento e recredenciamento de universidades o número de cursos abre um leque muito grande de opções.O Rio Grande do Sul, por exemplo, soma hoje 1.570 cursos superiores, ganhou 1.060 no decorrer dos dois mandados do governo FHC (1995 a 2002). Por isso, o vestibular vai continuar existindo apenas para cumprir as obrigações legais do MEC, porque, na verdade, quem presta a seleção geralmente passa. A expectativa então é que até 2015 o Enem seja o método definitivo para ingressar no Ensino Superior.
O piloto Rubens Barrichello foi o primeiro brasileiro a pilotar uma Ferrari, uma das escuderias mais importantes do circuito de fórmula 1, onde se sagrou vice-campeão por duas vezes. Mas a verdade é que o paulista de 38 anos não goza de grande prestígio entre o público brasileiro. Acusado de sempre andar à sombra de Schumacher, Rubinho é o campeão em participações em Grandes Prêmios: 303 corridas. Mas em número de vitórias deixa bastante a desejar, são apenas 11 nos 17 anos de carreira e nenhum campeonato conquistado.
É verdade que o episódio de 2002, quando Barrichello deixou o seu parceiro de equipe passar e vencer o Grande Prêmio da Áustria ficou na memória dos brasileiros, mas a dificuldade em conquistar o carisma do público vai muito além de fatos isolados e tem um nome: Ayrton Senna. Falecido heroicamente em um acidente em 94, Senna era um grande ídolo do público brasileiro e foi o responsável por parar o país nas tardes de domingo em frente à TV torcendo pelo piloto. Agora, no mês de novembro, mais de 16 anos após sua morte, é lançado um filme em sua homenagem. Produzido pela Universal, uma gigante da sétima arte, o longa documentará a vida de Senna e como ele entrou para a história.
Barrichello muito provavelmente nunca ganhará um filme. Mas será mesmo que ele se importa com isso? Mesmo com o segundo pior salário da Fórmula 1 no ano passado, ele ganhou cerca de R$ 1,7 milhão, isso sem contar com os patrocínios e o ganho em publicidade. Não, ele não deve estar tão mal assim. Para se ter uma idéia, Giba, eleito duas vezes o melhor jogador de vôlei do mundo, ganhou pouco mais de R$ 1,4 milhão. Não que seja uma quantia pequena, mas convenhamos que os feitos deste último atleta são bem mais louváveis. O Santos, no ano passado ofereceu R$ 1,5 milhão por ano à Marta, eleita melhor jogadora de futebol do mundo por quatro anos consecutivos e fenômeno diversas vezes comparada a Pele.
Parece justo ver Rubens Barrichello, cuja única emoção que proporciona ao Brasil ultimamente é a da vergonha, ganhando quase dois milhões por ano? Não, mas parece que ele não está nem um pouco incomodado com isso.
Aconteceu em Ribeirão Preto, em Uberlândia, em Cabo de Santo Agostinho, aconteceu comigo. Segundo a Justiça Eleitoral, 169 mil eleitores com deficiência votariam dia três de outubro. Esse número se refere apenas aos eleitores com alguma deficiência que se recadastraram. Eu deveria constar nesta estatística. Mesmo assim, isto não foi o suficiente para evitar que a seção 29 da zona eleitoral 94 fosse instalada no segundo andar do colégio onde voto.
Inúmeros foram os casos. São Paulo, São Luís, Brasília, Aracajú, Hortolândia. Todas registraram ocorrências de dificuldades para votar, ou pior: o impedimento da votação. Foi o que aconteceu em Viamão e Esteio. Impedidos de votar, os cadeirantes foram “instruídos” a justificar o voto. E foi o que fizeram. Em outras cidades quem não aceitou foi carregado – na maioria, por outros eleitores e familiares – escada acima e abaixo para poder votar. E correndo riscos. Seria este o procedimento padrão? Impedir o direito e dever de exercer a cidadania?
A resposta é não. O direito ao voto é garantido pelo código eleitoral, que também garante, no artigo 234, que ninguém poderá impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio (que é um nome metido a besta para voto). O impedimento, perturbação ou obstrução do voto é ainda crime eleitoral. E a pena prevista é detenção por até seis meses e pagamento de multa. Isso significa que muitos mesários, presidentes de mesa e demais envolvidos nas tentativas de convencer os cidadãos a justificar o voto cometeram um crime. Não apenas eles mas também os que forçaram estas pessoas a serem carregadas até suas seções. É embaraçoso, não é?
O que deveria ter sido feito, estão? Exatamente o que foi feito em Manaus. A urna eletrônica foi desligada e conduzida até o térreo do prédio em que se localizava a seção eleitoral, onde a seção foi reaberta. O exemplo no Brasil, entretanto não partiu do presidente de mesa nem dos mesários. O Ministério Público e o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas tiveram que intervir. O mesmo foi feito em Cabo Frio.
Em Iraí, o TRE culpa o diretor do colégio Visconde de Taunay. O colégio culpa o mesário que recorre a um funcionário do TRE, que também culpa o colégio. E assim segue sem que ninguém assuma a responsabilidade que, na verdade, era do presidente de mesa. São feitas reuniões em todo o país para instruir os mesários para o dia da votação. Assim sendo, estes cidadãos deveriam saber que providências tomar. Mais que isso. Deveriam saber que o que fizeram nos quatro cantos do Brasil é crime. Crime sim. Como em Olinda, onde pelo menos cinco cadeirantes foram impedidos de votar.
Mas talvez o pior tenha sido a criação das chamadas seções especiais em algumas cidades. Nelas a votação ocorreu tranquilamente – para quem se recadastrou. As seções especiais e a necessidade de recadastramento serviram de desculpa para o não cumprimento do inciso 6.A do artigo 135 do código eleitoral. Que diz que “os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais, para orientá-los na escolha dos locais de votação de mais fácil acesso para o eleitor deficiente físico”.
Pior ainda algumas matérias que trataram situações como essa como "exemplos de cidadania". Essas situações não são exemplos de cidadania mas sim de três "DES": descaso, desrespeito e desorganização.
Mas não se trata apenas de pessoas com deficiência. A acessibilidade deveria ser um direito de todos. Ainda mais no exercício da cidadania. Na mesma seção que eu votava uma senhora idosa chegou com dificuldade respiratória. Muitos outros idosos e pessoas com algum outro problema de mobilidade ou de saúde sofreram com os degraus nessas eleições.
O voto é um direito e um dever de todos nós. Acesso sem constrangimentos não é pedir demais. Comuniquei a chefe do TRE da minha região sobre o caso, que me garantiu que o problema não se repetirá. Espero que nem aqui nem em nenhum lugar no Brasil.
Nos últimos dias as lotéricas estavam repletas de sonhadores e possíveis milionários. O acúmulo do prêmio da Mega-Sena mobilizou todo o Brasil atrás de um único objetivo: ganhar R$ 115 milhões. A probabilidade de ganhar a bolada é remota, por isso, devemos ir por meios mais fáceis para integrar o seleto grupo dos ricos.
A receita “a la brasileira” para enriquecer começa pelo estudo. Não pense você que é aquele estudo padrão para se tornar alguém importante por mérito próprio. A dedicação da qual falo é a necessária para passar em um concurso público, de preferência para um cargo de importância dentro de um Senado ou algum Tribunal de Contas para o nordeste. Caso você alcance tal feito estará no caminho certo para a “felicidade”.
No Senado talvez você possa participar do seleto grupo de servidores que recebe horas extras durante o recesso no período de Janeiro. E o melhor é que o prejuízo é pequeno se comparado ao prêmio sorteado pela Caixa Econômica Federal, não chega nem aos R$ 7 milhões.
Se o seu interesse e ambição vão um pouco além de horas extras, concorra para o TCE do Amapá, mais especificamente. Foi lá que o presidente, autoridade maior da entidade fiscalizadora, conseguiu comprar uma Ferrari e um Maserati, além de um jato particular. Isso tudo com apenas alguns desvios de verbas e o parecer favorável de contas exorbitantes. Enfim, poderia citar aqui diversas maneiras de se enriquecer com um pouco de malandragem, mas prefiro não dar margem a novas idéias por parte dos mais atentos.
Escândalos com o Banrisul, agências de publicidade, entidades e figuras públicas lotam as páginas dos jornais. Sorte é do gaúcho de Fontoura Xavier que ganhou um caminhão de dinheiro limpo com a escolha de apenas 6 números. Dinheiro limpo? Será?
A imagem que foi feita do Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, ou do Bezerra de Menezes, em Passo Fundo, em nada se parece com a ala psiquiátrica do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA) do município de Iraí. As coisas começaram a mudar em 2001, quando foi sancionada a Lei da Reforma Psiquiátrica. Esta lei tem por objetivo desinstitucionalizar o paciente e reinserí-lo na sociedade, ao contrário do que acontecia no antigo modelo em que alguns pacientes passavam a vida toda no hospício. “Nunca me esqueço de uma senhora esquisofrênica que conheci no São Pedro na época de faculdade. Ela chegou no hospital ainda jovem e já estava vivendo lá há 56 anos”, conta a psicóloga do HNSA, Juliane Sari Barros.
A cidade do extremo norte do Rio Grande do Sul é a primeira da 19ª Coordenadoria de Saúde a atender pacientes psiquiátricos, sendo a referência – inclusive para pacientes considerados graves - em toda a região. O atendimento é realizado pelo SUS. A equipe – que conta com um médico psiquiatra e um clínico geral, psicóloga, pedagogo, assistente social, enfermeiras e técnicos de enfermagem – recebe também apoio de voluntários.
A manicure faz as unhas das mulheres como
voluntária
Na segunda-feira, dia 13 de setembro, uma manicure veio fazer as unhas das internas. As técnicas de enfermagem Márcia Kühne da Silva e Cleura Meneghetti contam que a manicure faz isso com frequência. “Ela liga e pergunta se tem bastante mulher”, contam. As mulheres exibem orgulhosas sua unhas delicadamente decoradas com flores. Diogo, também interno, entrou na brincadeira e pediu para fazer as unhas. Mas só pintou e decorou dois dedos. Todos se divertem. Juliane ressalta a importância disso para os pacientes. “Uma característica geral aos pacientes psiquiátricos é a falta de cuidados pessoais. Então isso faz bem para elas”.
Em sete anos a ala psiquiátrica do HNSA já atendeu em torno de 2000 pacientes de mais de 90 municípios. São pacientes com vício em álcool, drogas e com transtornos mentais. “Aqui nós temos uma ala psiquiátrica, mas que tem o funcionamento de um hospital psiquiátrico”, explica o psiquiatra Paulo Barros. Mas não é impessoal como a maioria. As alas regionais têm poucos pacientes em relação aos hospitais psiquiátricos. Em torno de 30 contra 200 a 300 nos grandes hospitais. Barros explica que com o número reduzido de pacientes consegue lembrar-se de todos eles. Além disso a equipe multidiciplinar trabalha em conjunto para que os internos se sintam muito bem acolhidos.
A regionalização das internações psiquiátricas também diminui a distância e, com isto, o tempo de ausência da família. Isso torna o tratamento muito mais eficiente. Mas nem sempre existe o apoio familiar. Barros diz que muitas das recaídas são por falta deste apoio. “Muitas vezes o paciente volta pra casa e ouve: ‘Já voltou? Vai encomodar de novo?’”. Mas quando o apoio familiar existe a internação é abreviada. 21 dias para dependentes químicos e 30 a 44 dias para pacientes com outros transtornos psicológicos.
A psicóloga considera que uma rede básica bem estruturada depende do paciente estar estável e bem acolhido. Para possibilitar essa inclusão a rede conta com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), com o acompanhamento psicológico e com programas de apoio como o Amor Exigente. Jorge Strapasson, 53 anos, radialista da Rádio Marabá e ex-interno do HNSA, está bem desde 2006. Hoje participa do Amor Exigente, que funciona como uma terapia de grupo. Ele ressalta a importância de ter ter com quem conversar e da continuidade do acompanhamento. Para ele, a irmã, Judite é a heroína na sua recuperação. Veja a entrevista com Jorge:
A equipe psiquiátrica do HNSA costuma dizer que até mesmo um relógio parado, duas vezes por dia, está certo. Seu Arlindo, 46 anos - ou Arlindinho, como é carinhosamente chamado – funciona mais ou menos assim. Um dia acha que está morto, que já não tem mais jeito. No outro avisa as enfermeiras que está vivo. Arlindinho é a alegria da ala masculina. Canta, recita poesias e é apaixonado por uma das técnicas de enfermagem. É só perguntar por ela que Arlindo começa a cantar Gildo de Freitas e a declamar Manoel Loureiro. Ele diz assim: “Olha vizinha. Meu problema assim foi a cachaça, né. Me queimou todos os neurônios”. Quem ouve Arlindinho cantar não acredita. Se não for algum neurônio é a alma que guarda a prosa e o canto. Ouça Seu Arlindinho cantando:
Dr. Barros diz que eles normalmente procuram sintomas, mas que as histórias deles são fantásticas. Eis algumas delas:
Regina, é de Cruz Alta. Adora as borboletas e não entende por que o ser humano destrói a natureza. Ela diz que seu problema é querer ser livre. “Mas é uma liberdade assim, dentro do coração”. Tanto amor pela natureza e pelos animais escondem uma infância difícil. Regina adora leite e diz que devia ter nascido de uma vaca. “Minha mãe nunca me deu carinho, nunca me amamentou. Acho que se eu tivesse uma vaca eu mamava nela”, brinca. Gosta tanto que levou para casa o leite do padre. Ele disse que não tinha leite lá mas dona Regina, não convencida, foi até a cozinha e levou o leite que encontrou. A senhora de 51 anos é a alegria na ala feminina. A maioria das colegas tem depressão, mas ficam felizes com a presença da senhora sonhadora.
Cristiano, 24 anos, questionava se para contar sua história precisaria ser bem articulado com as palavras e se não podia falar “na linguagem da malandragem”. Mas falar não é problema para ele. Cristiano adora música e ler. Queria ser datilógrafo e até fez curso para isso. Internou-se no HNSA por uso de drogas. Ele diz que o que o levou para as drogas foi a morte da mãe, em acidente de trânsito quando ele tinha 13 anos. Passou por várias drogas até chegar no crack. Cristiano está um pouco confuso quanto ao que o fará deixar definitivamente das drogas. Talvez uma menina que o espere ou a preocupação que tem com os irmãos. Ainda não sabe, mas a fé o ajuda muito. É evangélico e acredita em espíritos bons que ajudam, mas também em alguns que querem atrapalhar. Uma de suas leituras é a Bíblia, mas também gosta de ler sobre UFOs e extraterrestres. O que ele mais queria era uma máquina de escrever para escrever todos os livros que saíssem de sua cabeça. Sobre o quê? “Sobre os mortos. Sobre os músicos importantes que já morreram”.
Sidinei diz que bebe desde os cinco anos. A mãe também era alcoólatra mas não foi por isso que ele começou a beber. Sua mãe colocava um copo de cachaça como oferenda para um santo. No outro dia o copo estava sempre vazio e ela acreditava que era o santo que bebia, quando na verdade era Sidinei.
Aos oito anos o rapaz de Taquaruçu viu a irmã, de quatro anos, ser atropelada por uma van e morrer na sua frente. Ele diz que não conseguiu segurá-la a tempo. Hoje ele tem 19 anos e está no HNSA para deixar as drogas.
Gabriel é pedreiro e carpinteiro mas quebrou as duas pernas em um acidente de carro. Um ano e meio depois voltou a andar, mas não pode subir em andaimes para realizar seu trabalho. Gabriel bebia, mas se internou porque quer ver a neta crescer. Ele tem 57 anos e criou a neta junto com a esposa. Sempre a ajudou com os deveres da escola em que nunca errava uma conta. Hoje está terminando de pagar o segundo computador. O primeiro ele vendeu por um terço do preço para comprar bebida.
Clóvis tem 24 anos e já casou-se três vezes. Do casamento atual tem cinco filhos - um dele e quatro da mulher. Foi por eles que aceitou se internar. Usava drogas desde o fim do primeiro casamento, mas as coisas pioraram com o suicídio da irmã. No dia dos pais deste ano ele recebeu um cartão de cada filho. Foi seu maior presente e melhor incentivo.
Roberto também está lá por uso de drogas. Tem 21 anos mas casou-se com 16. Ele passou fome na infância e tinha que conseguir dinheiro para comer e sustentar o vício em cigarros da mãe. Começou a cheirar cola de sapateiro aos dez anos por inocência. Ele conta que ia brincar com umas crianças e não sabia o que elas iriam fazer. Mesmo viciado, nunca roubou. Resolveu o problema trabalhando como engraxate, e diz que depois disto nunca mais passou fome.
Além das esteiras o hospital tem duas bicicletas
ergométricas
Artes e exercícios acontecem juntas em uma pequena garagem próxima ao hospital. O pedagogo, Elísio Rosa, coordena oficinas e atividades em grupo. Segundo ele as mulheres tem mais paciência para trabalhos manuais. Já os homens preferem fazer exercícios na pequena academia. Eles fazem muitos trabalhos com jornal enrolado. Alguns dos equipamentos da academia foram doações. A equipe gostaria de poder usar mais espaço para as oficinas, mas a burocracia freia a ampliação. É que uma lei diz que essas atividades não podem ocorrer junto ao hospital .
Outra melhoria que seria bem vinda pela equipe e pelos internos é no ambiente. Apesar da equipe seracolhedora o espaço físico é frio e um pouco escuro. O hospital já recebeu cinco climatizadores e um televisor de tela plana para a unidade. Eles ainda não foram instalados mas o hospital está sendo reformado.